É PRECISO EXPIRAR PARA TRANSCENDER...
Neilson Guimarães *
Anúbis, considerado
a primeira múmia do Egito Antigo, com o corpo de homem e cabeça de chacal, era referendado como Deus e
Juiz dos mortos. A origem de seu nome parece ser uma derivação de “inep”, que
significa “purificar”, ou “apodrecer”.
Nascer, crescer, reproduzir, envelhecer, morrer... Para a maioria das
pessoas, esse ciclo é considerado natural, mas, nem sempre aceitável, assim, o
processo morrer não é pensado. Houve épocas na história em que a morte era
aceita sem temores, e a pessoa era respeitada por todos, morria-se em casa
junto aos familiares e amigos. Hoje se morre mais nos hospitais do que em casa.
Anúbis pesando o coração de uma sacerdotisa. O órgão foi posto no
prato
da esquerda, no prato da direita está a representação da verdade.
No alto da
balança o deus Thoth, com aparência de babuíno, anota o resultado.
A direita
mesa com oferenda de um quarto de carne...
Nenhum
acontecimento é capaz de suscitar nas pessoas, mais pensamentos dirigidos pela
emoção e reações emocionais do que o fim da vida. Certamente falar sobre morte
desperta temor e medo em todos, pois está associado à tristeza, a perda, ao
silêncio e ao desaparecimento, o que explica as dificuldades em lidar com o
tema, entretanto, por muito tempo a morte foi considerada como parte da
vida.
O fim do
ciclo da vida se dava com cerimônia pública organizada pelo próprio
desencarnado, onde participavam a família, amigos, vizinhos e crianças, que
permaneciam ao lado do corpo, transformando aquela experiência individual num
acontecimento tribal coletivo. Os antigos pareciam saber mais sobre a morte,
conheciam bem os sinais que a antecediam, e tomavam providências em relação à
sua vida.
Charles Sprague Pearce - A
Village Funeral in Brittany
Um funeral em aldeia da Bretanha, 1891. Óleo sobre tela
Nessa época,
as simplicidades dos ritos da morte eram aceitas e cumpridas sem muito drama ou
emoções excessivas, o que chamavam de "morte domada”, dessa forma, a morte
era vista como processo da vida.
Com o passar dos séculos, as concepções sobre morte
e morrer se alteraram, e de compreendida, hoje é negada, não esperada. No século XX, a morte não era vista nem como
horrível, nem com agradável, passou despercebida.
Morte e o morrer são fenômenos dinâmicos dentro do contexto de vida
material, e por serem percebidos predominantemente como fatos finalistas
constituem-se num desafio. Dado a efemeridade da vida é imprescindível que se
busque equilíbrio para viver com qualidade a passagem no plano material.
Metafísicos e teístas, geralmente acreditam que algum tipo de ultravida
aguarda os mortos, já ateus não acreditam em vida após morte. Membros de
religiões, como o Budismo, acreditam na vida após a morte, e na reencarnação,
sem fazer referências a Deus. Alguns humanistas, pós-humanistas, e empiristas,
asseveram que não há uma ultravida.
Muitas religiões, crendo ou não na existência de um outro mundo, como o
cristianismo, o islamismo e muitos sistemas de crenças pagãos, ou em
reencarnação, como muitas formas de hinduísmo e budismo, acreditam que o status
social de alguém na ultravida é uma recompensa ou punição por uma conduta.
Representação do Umbral localidade do chamado "astral inferior", onde ficam
espíritos que precisam pagar por infrações cometidas contra as leis de Deus
https://www.youtube.com/watch?v=R1aQDFT_b-c
https://www.youtube.com/watch?v=R1aQDFT_b-c
A vida desregrada leva a uma existência doentia e
descartável, e por fim, na pior das hipóteses aos leitos hospitalares, e
cemitérios. Nesse momento todos ficam sem saber como agir para não
experimentarem sentimentos de culpa, angustias, medo e sensações de fracasso,
relacionados a impotência humana perante a morte de uma pessoa querida.
Viva com qualidade, e tenha a morte sadia como elemento integrante do ciclo natural da
vida. Weil, citado por Paduan (1984)
menciona: “A morte esta presente em todos os momentos da vida, como um processo
de mudança, de transformação”, dessa forma, tratar a morte é exaltar a própria
vida, e a melhor forma de amparar familiares, amigos e conhecidos no momento da inevitável finitude material terrena.
NOTAS:
- * -
- Bacharel em Arquitetura e Urbanismo;
- Especialista em Gestão e Educação Ambiental;
- Pós Graduado - MBA em Gestão de Obras e Projetos, pela Universidade Cruzeiro do Sul, SP;
- Pós Graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho;
- Pós Graduado em Gestão Empresarial;
- Mestre em Gestão e Auditorias Ambientais com ênfase em Engenharia e Tecnologias Ambientais pela Universidade de Leon, Sapaña.
- Ex Membro do Conselho Metropolitano de Desenvolvimento da Grande Vitória - COMDEVIT;
- Membro do Conselho Regional de Meio Ambiente do ES - CONREMA V;
- Mebro do Conselho Gestor do Sistema de Transportes Públicos Urbanos de Passageiros da Região Metropolitana da Grande Vitória - CGTRAN-GV.
- Bacharel em Arquitetura e Urbanismo;
- Especialista em Gestão e Educação Ambiental;
- Pós Graduado - MBA em Gestão de Obras e Projetos, pela Universidade Cruzeiro do Sul, SP;
- Pós Graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho;
- Pós Graduado em Gestão Empresarial;
- Mestre em Gestão e Auditorias Ambientais com ênfase em Engenharia e Tecnologias Ambientais pela Universidade de Leon, Sapaña.
- Ex Membro do Conselho Metropolitano de Desenvolvimento da Grande Vitória - COMDEVIT;
- Membro do Conselho Regional de Meio Ambiente do ES - CONREMA V;
- Mebro do Conselho Gestor do Sistema de Transportes Públicos Urbanos de Passageiros da Região Metropolitana da Grande Vitória - CGTRAN-GV.
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