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quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

CATÁSTROFES NATURAIS – ANTES, DURANTE E DEPOIS!

Neilson Guimarães *

Em 2011 um estudo feito por cientistas para o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas atribui ao aquecimento global desastres naturais como seca, inundações, ciclones e incêndios. Segundo relatório da ONU sobre o clima, com o aquecimento global provocado por atividades humanas, os desastres climáticos serão mais frequentes e intensos, a tendência é que a situação se agrave.

Centenas de cientistas que redigiram um relatório para o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) foram contundentes: “os eventos climáticos extremos serão, no geral, mais graves e mais frequentes nas próximas décadas, um risco a mais para a maior parte dos habitantes de nosso planeta.”

De acordo com o relatório, é quase certo que a frequência e a magnitude dos recordes diários de calor no planeta vão aumentar neste século 21 e, provavelmente, a duração, frequência e intensidade das ondas de calor continuarão a aumentar em quase todas as regiões. Os picos de temperatura podem aumentar em relação ao fim do século 20, até 3°C em 2050 e 5°C até 2100.

                                Furacão Irene causa enchentes em Nova York (Foto: AP)


Em 2010, altas temperaturas geraram incêndios que destruíram florestas da Sibéria, o Paquistão e a Índia sofreram com inundações sem precedentes. Em 2011, os rios Mississippi e Missouri dos Estados Unidos transbordaram, o Texas foi atingido por uma seca terrível e afetado pelo furacão Irene. Na China, regiões inteiras tiveram secas intensas, enquanto fortes chuvas devastaram a América Central e a Tailândia.

                                Tailandeses em rua alagada em Bangcoc, Tailândia: 
                                Cena se tornará mais comum nos próximos anos, segundo relatório da ONU 


Segundo a Fundação de Amparo a Pesquisa de São Paulo - FAPESP, em janeiro de 2011, enchentes e deslizamentos deixaram cerca de mil mortos e 500 desaparecidos na Região Serrana do Rio de Janeiro. A tragédia evidenciou a precariedade dos sistemas de alerta no Brasil e foi considerada por especialistas como a prova definitiva de que era preciso investir na prevenção de desastres.

                                Destruição em Nova Friburgo/RJ, provocada pela enchente em jan/11.


Em março de 2013, de acordo boletim divulgado pela Defesa Civil do ES as chuvas que atingiram a Grande Vitória deixaram mais de 120 pessoas desabrigadas e cerca de 560 pessoas desalojadas. Nesse mês o Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) enviou alertas de deslizamento e inundações para Vitória, Vila Velha, Cariacica, Serra, Fundão, Santa Leopoldina, Santa Maria do Jetibá, Anchieta e Alfredo Chaves. Os municípios da região metropolitana, em especial Vila Velha, Cariacica, Vitória e Serra registraram os maiores transtornos.

                               Caminhão passa por alagamento e cai em valão, no bairro Jardim Marilândia,
                               em Vila Velha (Foto: Robinson Laser/ Vc no G1 ES)


Em dezembro de 2013, a Defesa Civil capixaba afirmou em boletim sobre a situação das chuvas no ES que mais de 46.000 pessoas tiveram de deixar suas casas, segundo registros, o número de mortos nesse período foi de mais de 20. Dos 78 municípios capixabas, 47 foram afetados por enchentes e deslizamentos, desses, pelo menos 22 iriam decretar calamidade pública.

No Brasil uma importante iniciativa foi tomada para conter catástrofes, em agosto de 2011 especialistas reunidos no seminário “Caminhos da política nacional de defesa de áreas de risco”, realizado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), subsidiaram a criação da Lei 12.608/11 Política Nacional de Proteção e Defesa Civil que cria o Sistema de Informações e Monitoramento de Desastres.

Essa Lei obriga as prefeituras a investirem em planejamento urbano na prevenção de desastres como enchentes e deslizamentos de terra. Segundo os especialistas, pela primeira vez a prevenção de desastres poderá ser feita com fundamento técnico e científico sólido, pois a lei determina que as prefeituras elaborem cartas geotécnicas dos municípios.

Cartas geotécnicas são documentos cartográficos que reúnem informações sobre características geológicas e geomorfológicas, identificam riscos geológicos e facilitam a criação de regras para ocupação urbana. Com a obrigatoriedade desse instrumento, expressa na Lei 12.608/11, teremos estratégias de prevenção de desastres traçadas com base em conhecimentos técnico científicos. A primeira carta geotécnica do Brasil foi feita em 1979, no município de Santos (SP), esse instrumento se manteve pouco difundido no país.

As cidades terão que se organizar para elaborar cartas geotécnicas, segundo Katia Canil pesquisadora do Laboratório de Riscos Ambientais do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), não se trata apenas de cruzar mapas, é preciso ter experiência aliada ao treinamento em áreas como geologia, engenharia, engenharia geotécnica, cartografia, geografia, arquitetura e urbanismo. O IPT já oferece um curso de capacitação para elaboração de cartas geotécnicas. Os municípios que não apresentarem esse planejamento perderão recursos federais para obras de prevenção e mitigação de impactos.

Infelizmente a maior parte dos desastres naturais que ocorrem no Brasil e no mundo não podem ser evitados, mas as intervenções humanas podem agravar ou minimizar os impactos causados. Desmatamentos, queimadas, assoreamento de rios, acúmulo de lixo, ocupação desordenada, edificações mal construídas, ausência de plano diretor, dentre outras ações de desrespeito à natureza podem agravar os riscos.

A mitigação de impactos dos desastres naturais se dá por meio de medidas preventivas estruturais e não estruturais. As medidas estruturais, de cunho corretivo, como obras de engenharia, são paliativas e caras, minimizam o problema em curto prazo, e, frequentemente ocasionam outros impactos ambientais gerando uma falsa sensação de segurança.

As não-estruturais, de caráter educativo, como mapeamentos, análises de vulnerabilidade, zoneamentos das áreas de risco e a educação ambiental, são de baixo custo e de fácil implementação, permitem a percepção do risco gerando resultados de médio e longo prazo.

                               Morador de Vila Velha sai de casa em caiaque. Samira Bragatto/ VC no ESTV


Conhecer as causas e consequências de um desastre para assim definir as medidas preventivas que serão adotadas, é uma variável imprescindível. O ciclo de gerenciamento de desastres envolve três fases distintas, o Antes, Durante e Depois.

O Antes é a fase que antecede a chegada desses fenômenos extremos, conhecida como a fase de prevenção e preparação da população para o impacto. Essa é sem dúvidas a fase mais importante, onde se adotam medidas preventivas estruturais para a redução dos desastres, a exemplo de: Análise de riscos; Execução de projetos de engenharia (galerias pluviais, muros de contenção e outros); Elaboração de Políticas Públicas (Plano Diretor Urbano, Zoneamento Ambiental, Legislação, etc.); Educação Ambiental em locais afetados previamente mapeados, dentre outros. No momento que antecede o impacto os sistemas de previsão meteorológica e hidrológica devem imprescindivelmente alertarem de forma eficaz todas as possíveis vítimas.

O Durante, representa ao afetado pela catástrofe a fase mais dramática da operação e envolve ações emergenciais de socorro, salvamento, assistência, auxílio (evacuação, abrigo, alimentação, atendimento médico e psicológico), e, se possível em curto prazo, o início das atividades de restauro da área impactada.

O Depois, são as atividades planejadas de reconstruções necessárias ao restabelecimento das funções básicas para o bem estar das comunidades, a médio e longo prazo.

Os desastres naturais desencadeiam-se por complexos processos que envolvem variáveis geofísicas (relevo, vegetação, rios, precipitação...) e humanas (atividades econômicas, educação, ocupação do solo, pobreza, população...). O uso de geotecnologias expressos na Lei 12.608/11, devem ser aplicados pelos governantes nos processos de prevenção. Um eficiente Sistema Integrado de Gerenciamento – SIG, é capaz de gerenciar de forma eficaz ações de combate a sinistros e de socorro às populações afetadas.

O governo brasileiro por meio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, dispobiliza a instituições ou profissionais o software SPRING
(http://www.dpi.inpe.br/spring/portugues/index.html), e, imagens do satélite CBERS (http://www.cbers.inpe.br/). O SPRING é um Sistema de Informações Geográficas com funções de processamento digital de imagens e consulta a banco de dados espaciais, já o CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) possui sensores capacitados para aplicações em mapeamento e monitoramento ambiental. São duas geotecnologias disponíveis gratuitamente para serem utilizadas pela sociedade brasileira na temática desastres naturais. Mais vale prevenir antes a remediar depois.

Vitória 25 de dezembro de 2013

NOTAS:- *
 - Bacharel em Arquitetura e Urbanismo;
 - Especialista em Gestão e Educação Ambiental;
 - MBA em Gestão de Obras e Projetos;
 - Pós Graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho;
 - Pós Graduado em Gestão Empresarial;
- Mestre em Gestão e Auditorias Ambientais com ênfase em Engenharia e Tecnologias Ambientais.
 - Membro do Conselho Metropolitano de Desenvolvimento da Grande Vitória - COMDEVIT;
 - Membro do Conselho Regional de Meio Ambiente - CONREMA V;
 - Consultor Técnico associado à COOPTEC - Cooperativa de Trabalho em Tecnologia,        
   Educação e Gestão;

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